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Drenagem linfática e o uso de dreno: entenda por que NÃO usamos após a cirurgia

Publicado em 12/11/2025 por Thiago

Drenágem linfática

Em primeiro lugar, vamos falar o quanto a cirurgia plástica moderna evoluiu de forma significativa nas últimas décadas. Hoje, os conceitos de segurança, técnica precisa e recuperação acelerada transformaram a experiência das pacientes.
Um dos temas que mais geram dúvidas é o uso de drenos e a realização de drenagem linfática após cirurgias, especialmente em procedimentos de mama. Afinal, por que muitos cirurgiões deixaram de utilizar essas práticas tradicionais?
A resposta está no avanço das técnicas cirúrgicas, que reduziram o trauma, controlaram o sangramento e tornaram o corpo capaz de se recuperar de forma natural, sem depender de métodos complementares.

O que são os drenos e por que eram utilizados

O dreno cirúrgico é um pequeno tubo inserido na região operada para remover líquidos que podem se acumular após a cirurgia, como sangue ou secreções.
Por muito tempo, ele foi considerado um recurso indispensável, principalmente em cirurgias mais extensas.
No entanto, o uso prolongado de drenos sempre trouxe desconforto, restrição de movimento e até aumento do risco de infecção, já que o dispositivo cria uma comunicação direta entre o ambiente interno e o externo.

Com o desenvolvimento de novas técnicas de hemostasia e anestesia, os cirurgiões passaram a controlar o sangramento com muito mais precisão, eliminando a necessidade de drenos na maioria dos casos.

Por que não utilizamos drenos nas cirurgias de mama

O principal motivo para dispensar o dreno é a eficiência no controle cirúrgico.
Durante o procedimento, o cirurgião identifica e trata todos os pequenos vasos que poderiam causar sangramento, deixando o campo cirúrgico limpo e sem acúmulo de líquidos.
Assim, esse cuidado reduz o risco de seromas (bolsas de líquido) e facilita a cicatrização.

Além disso, a anestesia moderna intravenosa (TIVA) colabora com uma recuperação mais rápida e confortável.
Como ela reduz o trauma inflamatório e o inchaço, a paciente sente menos dor e consegue retomar movimentos leves já no primeiro dia.

Portanto, em vez de deixar o corpo “drenar” o excesso de líquidos, o cirurgião atua para que eles não se formem. Assim, essa mudança de foco representa um avanço real na segurança e no conforto das pacientes.

E quanto à drenagem linfática?

A drenagem linfática manual se popularizou como uma forma de acelerar a recuperação, reduzir o inchaço e melhorar o resultado estético.
Contudo, quando o cirurgião executa a cirurgia com controle rigoroso de tecidos e hemostasia precisa, o corpo não precisa de estímulos externos para se recuperar.

O próprio sistema linfático realiza a reabsorção natural dos líquidos, desde que o processo de cicatrização aconteça sem interferências.
Assim, a drenagem precoce, aplicada de forma inadequada, pode inclusive gerar microtraumas, comprometer a cicatrização e aumentar o risco de inflamação.

Por isso, hoje, o foco do pós-operatório é respeitar o ritmo natural do corpo, com movimentação leve, hidratação adequada e orientações médicas personalizadas, sem necessidade de drenagem manual.

Como o corpo se recupera sem drenagem

Logo após a cirurgia, o organismo inicia um processo inteligente e coordenado de regeneração.
Os vasos linfáticos e sanguíneos se reorganizam rapidamente, e o próprio corpo reabsorve o pequeno volume de líquidos que surge naturalmente.

Assim, essa recuperação ocorre de forma equilibrada graças a quatro fatores principais:

  1. Hemostasia de alta precisão: o cirurgião cauteriza os vasos sob visão direta, evitando acúmulos.

  2. Menor trauma tecidual: técnicas delicadas reduzem a inflamação e o edema.

  3. Anestesia moderna: promove estabilidade fisiológica e acelera o retorno da consciência.

  4. Educação pós-operatória: a paciente entende como se movimentar, se alimentar e se cuidar no período de cicatrização.

Esses cuidados criam um ambiente interno estável e reduzem drasticamente a necessidade de drenagem mecânica.

Por que o movimento faz parte da recuperação

Durante muito tempo, acreditava-se que o repouso absoluto era fundamental para a cicatrização.
Hoje, sabemos que a movimentação controlada e precoce estimula a circulação, melhora o fluxo linfático e favorece a recuperação.

Logo nas primeiras 24 horas, a paciente pode realizar movimentos leves com os braços, o que ajuda o músculo peitoral a se adaptar e evita rigidez.
Essa conduta reduz a dor e melhora a oxigenação dos tecidos, acelerando a cicatrização sem necessidade de drenagem.

A orientação médica adequada garante que o movimento seja seguro e dentro dos limites do corpo.

Quando o uso de drenos ainda é necessário

Existem situações específicas em que o uso de drenos ainda se justifica.
Em cirurgias combinadas de grande porte, como abdominoplastia com lipoaspiração extensa, o volume de líquidos produzido pelo corpo é maior.
Nesses casos, o cirurgião pode optar pelo uso temporário do dreno, sempre com base em critérios técnicos e de segurança.

Assim, o importante é compreender que a decisão não segue uma regra fixa.
Logo, cada caso é avaliado de forma individual, levando em conta o tipo de cirurgia, o volume de tecido removido e a resposta do organismo da paciente.

E os resultados sem drenagem?

Os resultados obtidos em cirurgias sem o uso de drenos e drenagem linfática mostram uma série de benefícios:

  • Menor dor e desconforto no pós-operatório;

  • Redução do inchaço nas primeiras semanas;

  • Cicatrização mais uniforme e previsível;

  • Recuperação mais rápida;

  • Menos risco de infecção.

Esses fatores demonstram que o corpo responde melhor quando o processo é conduzido de forma natural e sem intervenções desnecessárias.

A importância da individualização

Apesar dos avanços, é essencial entender que cada corpo reage de forma única.
O cirurgião analisa exames clínicos, a estrutura do tecido mamário, a elasticidade da pele e o histórico da paciente antes de definir o plano cirúrgico.
Essa individualização garante resultados seguros e previsíveis, respeitando os limites anatômicos e fisiológicos.

Em alguns casos, o médico pode recomendar medidas específicas, como compressas frias, medicamentos anti-inflamatórios ou intervalos de acompanhamento mais curtos.
Logo, tudo é planejado para oferecer conforto e minimizar riscos.

 

Orientações que substituem a drenagem

No lugar da drenagem manual, o acompanhamento pós-operatório envolve uma série de condutas que ajudam o corpo a se recuperar de forma natural:

  • Uso do sutiã cirúrgico: garante sustentação e previne tensão nas cicatrizes.

  • Movimentação controlada: estimula a circulação e melhora o fluxo linfático.

  • Hidratação e alimentação equilibrada: favorecem a regeneração celular.

  • Acompanhamento médico periódico: permite detectar precocemente qualquer alteração.

  • Evitar pressão ou massagens: protege a cicatrização e previne inflamações.

Com essas medidas, o corpo se recupera com eficiência e sem a necessidade de drenagem artificial.

Conclusão

A ausência de drenos e drenagem linfática nas cirurgias de mama não representa descuido, mas sim um avanço técnico e científico na forma de conduzir o pós-operatório.
As novas técnicas de controle cirúrgico permitem que o corpo se recupere de maneira natural, reduzindo o trauma e devolvendo o bem-estar mais rapidamente.

Cada paciente deve receber um plano personalizado, que considere seu tipo de corpo, suas expectativas e suas condições clínicas.
Por fim, quando o planejamento é preciso e o acompanhamento é constante, o resultado se torna previsível, estável e, principalmente, seguro.

Categorias: Blog, Cirurgia de mama, Diversos, Dúvida do Paciente

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Dr. Thiago Cavalcanti

Quem é e suas especialidades

Dr. Thiago Cavalcanti é um renomado cirurgião plástico, formado pelo Instituto Ivo Pitanguy em 2009, no Rio de Janeiro. Especialista em cirurgia de mama, é referência na técnica R24R, que promove uma recuperação pós-operatória em apenas 24 horas.

Desde o início de sua jornada na medicina em 2003, ele se dedica incansavelmente ao aprimoramento de suas habilidades e ao aprofundamento de seus conhecimentos. Reconhecido por sua abordagem inovadora, Dr. Thiago também é palestrante internacional e educador, tendo participado de eventos e treinamentos em países como Itália, Espanha, Turquia, Suécia e Austrália, sempre em busca das mais avançadas técnicas de cirurgia plástica.

Dr. Thiago Cavalcanti
+4000 MULHERES REALIZADAS
+15 ANOS DE EXPERIÊNCIA
+300 CIRURGIÕES CAPACITADOS POR MIM: TÉCNICAS GRIP PLANE® E R24R®
+10.000 HORAS DE PRÁTICA, PARA ALCANÇAR O NÍVEL DE ESPECIALISTA